Que mico! Não acredito que eu fiz aquilo, quer dizer, que meu corpo fez. Não era possível, era um pesadelo, tinha que ser! Mas não parecia que eu ia acordar tão cedo. Quando acordei, não quis encarar Pedro. Não quis mesmo, olhei para os lados, fingindo ainda estar abalada pela queda, enquanto eu já estava boa, satisfeita e curada. Foi quando eu percebi que estava cercada pelos seus braços... Por aqueles lindos e malhados braços, ah. Quase desmaiei de novo, mas dessa vez, mais consciente do que estava acontecendo, me segurei. Ele percebeu. Não que eu estava lutando contra um desejo insano de sair da realidade por mais alguns minutos, e sim que eu estava mal.
- O que aconteceu com você? Você está branca! Mas eu digo branca, branca mesmo! Vou te levar pra um hospital, agora.
- Não! - Eu não podia me deixar entrar em mais essa situação constrangedora. Ele me acompanhando, como uma bebezinha, ao hospital, pra ver se meu desmaio não tinha me deixado com mais algum parafuso solto na cabeça, ah, não mesmo!
- Por que não? Eu tenho um carro, vamos!
Ah, que ótimo. Pra completar a situação, ele tinha um carro. Além de perfeito, tinha um carro. Além de lindo, de rico, e de educado, ainda estava me envolvendo com os braços fortes. Aquilo era um pesadelo mesmo. Quer dizer, em parte, pois os braços dele me faziam flutuar no paraíso. Me lembrei de sua pergunta e fiquei constrangida pelo tempo que demorei para responder, mas acho que poderia culpar o mal estar por isso.
- Não, não. Não precisa. Eu estou bem, juro. - Tentei ficar em pé, tentativa frustrada e inútil. Cai em seus braços, novamente. - Bem, é só eu me sentar que eu já melhoro. Pode me ajudar? - Fiz um gesto, direcionado ao sofá. Ele entendeu.
- Tudo bem, já que você insiste.
Não era assim que eu queria que ele me levasse até o sofá.
Não era assim mesmo, definitivamente, de jeito e de maneira alguma!
Ele me carregou. Como se eu fosse uma pena, é, ele me carregou! Eu fiquei sem ação, parada em seu colo em direção ao sofá, ele me colocou deitada e sentou para fazer de suas pernas um delicioso travesseiro pra mim. Disso eu gostei, e não reclamei.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Capricho - FIC (Pt. 4)
Por Vivian Padilha às 15:47 1 falatórios
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quinta-feira, 24 de junho de 2010
Capricho - FIC (Pt. 3)
Olhei, timidamente para ele, com medo de estar sendo encarada, mas ele parecia realmente concentrado no suco de abacaxi que preparava, é, ele parecia. No momento em que desviei os olhos, ele se virou para mim, com um sorriso de tirar o fôlego e perguntou:
- Como foi que você disse que se chamava mesmo?
O som de sua voz me deu um sobressalto, mas me recompus a tempo de responder a pergunta, não muito tardiamente.
- Eu não disse... Me chamo Raquel. Raquel Bauer.
Ele acenou com a cabeça, e por educação, disse:
- Eu me chamo Pedro. Pedro Nunes.
Assenti, sem mais nada para dizer. Eu só queria tocá-lo, tocá-lo para descobrir se realmente ele era real, se aquela casa era real, se aquela irmã simpática, era real, se eu não estava presa em um sonho que me envergonharia ao acordar. Me belisquei, esperei, para ver se ninguém tinha percebido, mas Pedro continuava na cozinha e Larissa estava do meu lado, entretida em uma revista de moda. Eu teria de encontrar uma desculpa para me aproxima e tocá-lo, mas não conseguia pensar em nenhuma. Foi quando eu desenterrei, do fundo do baú, uma habilidade que, os tempos de cozinha-prisão com minha mãe, haviam me ensinado. Me postei ao lado de Pedro, e as palavras voaram da minha boca.
- Bem, não quero me mostrar, nem de longe, mas, eu sei uma coisa que vai deixar seu suco bem melhor. Coloque leite condensado, e um pouquinho de canela.
Ele me obedeceu, nem acreditei na confiança que estava me dando. Eu podia estragar seu suco! Mas ele confiou em mim e isso me deixou feliz. Esperei. Ele bebeu. Eu esperei.
- Nossa, isso tá muito bom! Por que você não apareceu antes, pra me ensinar isso? Minha nossa!
- Ok, agora me senti uma mera ajudante de cozinha. Constrangedor.
- Ei, não fique assim, você entendeu que eu não quis dizer isso. - Ao dizer isso, ele tocou no meu rosto, eu senti todo meu corpo enlouquecer, os batimentos do meu coração pulsaram mais rápido do que nunca, uma sensação que eu nunca senti antes invadiu todo meu corpo, minha visão ficou escura, eu parei de respirar. Foi então, que eu não vi mais nada do que acontecia ao meu redor, perdi os sentidos, desmaiei.
Por Vivian Padilha às 18:08 0 falatórios
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Capricho - FIC (Pt. 2)
Depois de mandar a SMS, fiz uma avaliação meticulosa da varanda da casa, que era extremamente alegre e de bom gosto. A única coisa que destoava do resto, era um pequeno jarro de flores, na cor pink, que eu ignorei facilmente, me rendendo aos encantos da mistura de cores tão bem feita, que havia ali. Nós entramos, e assim que pus os pés na sala, pude perceber que o bom gosto não tinha ficado só do lado de fora. Dentro, a casa parecia um castelo, não tão feminino, mas onde um rei adoraria viver, também. As tonalidades de fora, eram só faixada. Por dentro, a seriedade acompanhava os tons de marrom, misturado com um branco gelo, e alguns detalhes coloridos de móveis que não tinham acompanhado a cor estonteadora da decoração. Feliz, por estar em um ambiente que me dava tanta paz, logo me senti a vontade, e, com essa avaliação tão detalhista, me esqueci da nova amiga, dona da casa, que me fitava sem entender o que eu tanto olhava. Foi então que ela pigarreou, e eu me lembrei de sua existência.
Por Vivian Padilha às 09:58 1 falatórios
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quarta-feira, 23 de junho de 2010
Capricho - FIC (Pt. 1)
Bem, eu ia tentar escrever pra Capricho Fic, que nessa 6ª etapa, era sobre "O seu irmão mais velho..." A proposta é criar uma história, com 500 palavras, nem a mais, nem a menos, e mandar. As 6 melhores serão julgadas pela Meg Cabot e a melhor, ganhará a coleção de livros dela, e a história será publicada na próxima edição da revista. Enfim, quando eu estava escrevendo, apenas na "introdução", antes mesmo de falar do irmão mais velho, cheguei nas 433 palavras e, de tão cansada que estava, preferi parar. Mas gostei de escrever, gostei mesmo! E acho que vou fazer isso, mas aqui. Vou colocar todos os textos aqui, darei continuidade à história do irmão, e tal. Ai vai a primeira parte, beijos.
Eram onze da manhã, o despertador tocou, me assustando, como sempre fazia. Levantei e fui direto pro espelho, uma rotina deplorável, para um susto matinal. Aquele feno acomodado na minha cabeça me empurrava para o banho com uma boa vontade sem igual. Depois de tomar café e terminar de organizar meu quarto, finalmente me dei conta de que era dia 19 de Junho, o primeiro dia das minhas férias. Por um momento aquela onda de felicidade encheu meu corpo, mas depois cai na real, e lembrei de que todas minhas amigas do colégio moravam longe o bastante para eu ter que pedir carona para minha mãe, quando ela estivesse de boa vontade e concordasse que não havia perigo em uma inocente visita à casa de uma colega.
Eu sabia que hoje, não iria para lugar nenhum há mais de um quilometro de onde estava. Então, decidi ir pra rua, ver se encontrava alguém conhecido para passar o dia e me distrair, quem sabe até desabafar e contar sobre meus problemas com minha mãe super protetora. Uma hora de espera, e nada, até que, eu ouvi um “oi” atrás de mim. Me virei, e era uma aluna do primeiro ano, com um sorriso desconsertado no rosto.
Por Vivian Padilha às 13:25 0 falatórios
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quarta-feira, 30 de junho de 2010
Capricho - FIC (Pt. 4)
- O que aconteceu com você? Você está branca! Mas eu digo branca, branca mesmo! Vou te levar pra um hospital, agora.
- Não! - Eu não podia me deixar entrar em mais essa situação constrangedora. Ele me acompanhando, como uma bebezinha, ao hospital, pra ver se meu desmaio não tinha me deixado com mais algum parafuso solto na cabeça, ah, não mesmo!
- Por que não? Eu tenho um carro, vamos!
Ah, que ótimo. Pra completar a situação, ele tinha um carro. Além de perfeito, tinha um carro. Além de lindo, de rico, e de educado, ainda estava me envolvendo com os braços fortes. Aquilo era um pesadelo mesmo. Quer dizer, em parte, pois os braços dele me faziam flutuar no paraíso. Me lembrei de sua pergunta e fiquei constrangida pelo tempo que demorei para responder, mas acho que poderia culpar o mal estar por isso.
- Não, não. Não precisa. Eu estou bem, juro. - Tentei ficar em pé, tentativa frustrada e inútil. Cai em seus braços, novamente. - Bem, é só eu me sentar que eu já melhoro. Pode me ajudar? - Fiz um gesto, direcionado ao sofá. Ele entendeu.
- Tudo bem, já que você insiste.
Não era assim que eu queria que ele me levasse até o sofá.
Não era assim mesmo, definitivamente, de jeito e de maneira alguma!
Ele me carregou. Como se eu fosse uma pena, é, ele me carregou! Eu fiquei sem ação, parada em seu colo em direção ao sofá, ele me colocou deitada e sentou para fazer de suas pernas um delicioso travesseiro pra mim. Disso eu gostei, e não reclamei.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Capricho - FIC (Pt. 3)
- Como foi que você disse que se chamava mesmo?
O som de sua voz me deu um sobressalto, mas me recompus a tempo de responder a pergunta, não muito tardiamente.
- Eu não disse... Me chamo Raquel. Raquel Bauer.
Ele acenou com a cabeça, e por educação, disse:
- Eu me chamo Pedro. Pedro Nunes.
Assenti, sem mais nada para dizer. Eu só queria tocá-lo, tocá-lo para descobrir se realmente ele era real, se aquela casa era real, se aquela irmã simpática, era real, se eu não estava presa em um sonho que me envergonharia ao acordar. Me belisquei, esperei, para ver se ninguém tinha percebido, mas Pedro continuava na cozinha e Larissa estava do meu lado, entretida em uma revista de moda. Eu teria de encontrar uma desculpa para me aproxima e tocá-lo, mas não conseguia pensar em nenhuma. Foi quando eu desenterrei, do fundo do baú, uma habilidade que, os tempos de cozinha-prisão com minha mãe, haviam me ensinado. Me postei ao lado de Pedro, e as palavras voaram da minha boca.
- Bem, não quero me mostrar, nem de longe, mas, eu sei uma coisa que vai deixar seu suco bem melhor. Coloque leite condensado, e um pouquinho de canela.
Ele me obedeceu, nem acreditei na confiança que estava me dando. Eu podia estragar seu suco! Mas ele confiou em mim e isso me deixou feliz. Esperei. Ele bebeu. Eu esperei.
- Nossa, isso tá muito bom! Por que você não apareceu antes, pra me ensinar isso? Minha nossa!
- Ok, agora me senti uma mera ajudante de cozinha. Constrangedor.
- Ei, não fique assim, você entendeu que eu não quis dizer isso. - Ao dizer isso, ele tocou no meu rosto, eu senti todo meu corpo enlouquecer, os batimentos do meu coração pulsaram mais rápido do que nunca, uma sensação que eu nunca senti antes invadiu todo meu corpo, minha visão ficou escura, eu parei de respirar. Foi então, que eu não vi mais nada do que acontecia ao meu redor, perdi os sentidos, desmaiei.
Capricho - FIC (Pt. 2)
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Capricho - FIC (Pt. 1)
Eram onze da manhã, o despertador tocou, me assustando, como sempre fazia. Levantei e fui direto pro espelho, uma rotina deplorável, para um susto matinal. Aquele feno acomodado na minha cabeça me empurrava para o banho com uma boa vontade sem igual. Depois de tomar café e terminar de organizar meu quarto, finalmente me dei conta de que era dia 19 de Junho, o primeiro dia das minhas férias. Por um momento aquela onda de felicidade encheu meu corpo, mas depois cai na real, e lembrei de que todas minhas amigas do colégio moravam longe o bastante para eu ter que pedir carona para minha mãe, quando ela estivesse de boa vontade e concordasse que não havia perigo em uma inocente visita à casa de uma colega.
Eu sabia que hoje, não iria para lugar nenhum há mais de um quilometro de onde estava. Então, decidi ir pra rua, ver se encontrava alguém conhecido para passar o dia e me distrair, quem sabe até desabafar e contar sobre meus problemas com minha mãe super protetora. Uma hora de espera, e nada, até que, eu ouvi um “oi” atrás de mim. Me virei, e era uma aluna do primeiro ano, com um sorriso desconsertado no rosto.