quinta-feira, 24 de junho de 2010

Capricho - FIC (Pt. 2)

Depois de mandar a SMS, fiz uma avaliação meticulosa da varanda da casa, que era extremamente alegre e de bom gosto. A única coisa que destoava do resto, era um pequeno jarro de flores, na cor pink, que eu ignorei facilmente, me rendendo aos encantos da mistura de cores tão bem feita, que havia ali. Nós entramos, e assim que pus os pés na sala, pude perceber que o bom gosto não tinha ficado só do lado de fora. Dentro, a casa parecia um castelo, não tão feminino, mas onde um rei adoraria viver, também. As tonalidades de fora, eram só faixada. Por dentro, a seriedade acompanhava os tons de marrom, misturado com um branco gelo, e alguns detalhes coloridos de móveis que não tinham acompanhado a cor estonteadora da decoração. Feliz, por estar em um ambiente que me dava tanta paz, logo me senti a vontade, e, com essa avaliação tão detalhista, me esqueci da nova amiga, dona da casa, que me fitava sem entender o que eu tanto olhava. Foi então que ela pigarreou, e eu me lembrei de sua existência.


- Esta é minha casa - disse ela, como se eu não já tivesse percebido. - Moro aqui já há dois anos, não sei como nunca nos vimos na rua, apenas no colégio. - Mas eu entendia bem o porque, todas as férias, era costume de minha família viajar, e então minha mãe podia me prender o dia inteiro em uma casa de praia, ajudando ela nos afazeres domésticos, mas dessa vez, nossas férias não coincidiram, e ela teve que me deixar aqui, em casa, contra vontade. 

- É, também não entendo. - Eu não queria prolongar uma história sobre minha deprimente vida ao lado de minha mãe, nas férias que pareciam mais um inferno, um castigo social.

- Pedro? É você? - Percebi que ela não falava mais comigo, ela estava virada para a escada, gritando, provavelmente tentando identificar o autor do ruido estrondoso que vinha de lá de cima, parecia que alguém tinha derrubado um piano de uma altura de dois metros.

- Pedro? - Indaguei curiosa. - É seu pai?

- Não, não. É meu irmão, insuportável. Só porque é mais velho, se acha no direito de fazer o que bem entender aqui na casa, mas isso é só quando mamãe e papai não estão, porque na presença deles, ele é um anjo. - Percebi que, pelo tom de voz dela, ela não tinha tanto ódio assim quanto parecia querer aparentar sobre o irmão. Ele não devia ser tão ruim assim, e eu estava mesmo precisando de uma amizade do sexo oposto.

Foi nesse momento, que tudo parou.
Parecia que o mundo tinha parado de girar, que os ponteiros do relógio não se moviam mais, que o fato de eu estar na casa de uma estranha, de férias, ainda tendo uma mãe super protetora e todos meus outros problemas não me importavam nem um pouco. Tudo era pequeno demais, em relação àquela beleza superior que me encarava, descendo as escadas, com um sorriso de curiosidade naquele rosto angelical. 

- Oi, tudo bem com você? - Ele me perguntava, agora a feição de anjo formava algumas rugas de preocupação fingida, mas ainda assim linda, na testa. Mesmo sendo um fingimento muito ruim, por trás disso parecia que ele queria mesmo ter uma boa impressão comigo, e isso me deu forças para responder.

- Si-sim, tudo bem. Vocês tem uma casa linda. - E um morador mais lindo ainda, deu vontade de falar. 

- Obrigado. - Respondeu ele, com aquele sorriso de derreter corações novamente. - É nova por aqui? Ou apenas nova para mim e minha irmã? - Disse ele, num tom normal, sereno, mas curioso.

- Sou velha aqui, mas acabo de conhecer sua irmã. Já tinha visto ela, algumas vezes no colégio, mas por não sermos do mesmo ano, nem nos falávamos... Hoje ela me encontrou sendo engolida pelo tédio, e me tirou dele. - E como tirou, eu queria enfatizar. Poderia passar o dia todo sentada, olhando para aquele Deus, que o tédio não ousaria me assaltar. 

Hmm... - Respondeu ele, agora um pouco desinteressado. - Vou preparar alguma coisa pra comer, quer? 

Nã-não, obrigada, estou sem fome. - Foi só o que pude responder, antes de sentar e ir pra outro mundo, mentalmente, pra pensar melhor no que estava acontecendo ali.

Ele era lindo demais, lindo demais para me conhecer, para existir, para estar ali, naquele pequeno bairro da minha cidade. Eu nem sabia se ele era real, teria de tocá-lo para saber. Aquele cabelo lindo, preto, totalmente preto, parecendo uma noite perfeitamente desenhada, sem estrelas. E aqueles olhos castanhos, tão claros que pareciam sumir, unindo-se ao branco de seus olhos. E aquela pele perfeita, sem marcas, sem sinais, parecendo um pano de seda recém tirado da máquina e passado ferro. Não é uma comparação muito romântica, mas, eu nunca fui romântica mesmo... Agora, decidi comigo mesma, eu teria que tocá-lo, teria que descobrir se ele realmente era real, e eu faria isso agora. 


1 falatórios:

Garotas Up disse...

Olá tudo bom ? adorei seu blog? você pode seguir o meu ? www.garotas-up.blogspot.com , por favor , eu sigo de volta ! é só avisar bjuuuuus ! :*

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Capricho - FIC (Pt. 2)

Depois de mandar a SMS, fiz uma avaliação meticulosa da varanda da casa, que era extremamente alegre e de bom gosto. A única coisa que destoava do resto, era um pequeno jarro de flores, na cor pink, que eu ignorei facilmente, me rendendo aos encantos da mistura de cores tão bem feita, que havia ali. Nós entramos, e assim que pus os pés na sala, pude perceber que o bom gosto não tinha ficado só do lado de fora. Dentro, a casa parecia um castelo, não tão feminino, mas onde um rei adoraria viver, também. As tonalidades de fora, eram só faixada. Por dentro, a seriedade acompanhava os tons de marrom, misturado com um branco gelo, e alguns detalhes coloridos de móveis que não tinham acompanhado a cor estonteadora da decoração. Feliz, por estar em um ambiente que me dava tanta paz, logo me senti a vontade, e, com essa avaliação tão detalhista, me esqueci da nova amiga, dona da casa, que me fitava sem entender o que eu tanto olhava. Foi então que ela pigarreou, e eu me lembrei de sua existência.

- Esta é minha casa - disse ela, como se eu não já tivesse percebido. - Moro aqui já há dois anos, não sei como nunca nos vimos na rua, apenas no colégio. - Mas eu entendia bem o porque, todas as férias, era costume de minha família viajar, e então minha mãe podia me prender o dia inteiro em uma casa de praia, ajudando ela nos afazeres domésticos, mas dessa vez, nossas férias não coincidiram, e ela teve que me deixar aqui, em casa, contra vontade. 

- É, também não entendo. - Eu não queria prolongar uma história sobre minha deprimente vida ao lado de minha mãe, nas férias que pareciam mais um inferno, um castigo social.

- Pedro? É você? - Percebi que ela não falava mais comigo, ela estava virada para a escada, gritando, provavelmente tentando identificar o autor do ruido estrondoso que vinha de lá de cima, parecia que alguém tinha derrubado um piano de uma altura de dois metros.

- Pedro? - Indaguei curiosa. - É seu pai?

- Não, não. É meu irmão, insuportável. Só porque é mais velho, se acha no direito de fazer o que bem entender aqui na casa, mas isso é só quando mamãe e papai não estão, porque na presença deles, ele é um anjo. - Percebi que, pelo tom de voz dela, ela não tinha tanto ódio assim quanto parecia querer aparentar sobre o irmão. Ele não devia ser tão ruim assim, e eu estava mesmo precisando de uma amizade do sexo oposto.

Foi nesse momento, que tudo parou.
Parecia que o mundo tinha parado de girar, que os ponteiros do relógio não se moviam mais, que o fato de eu estar na casa de uma estranha, de férias, ainda tendo uma mãe super protetora e todos meus outros problemas não me importavam nem um pouco. Tudo era pequeno demais, em relação àquela beleza superior que me encarava, descendo as escadas, com um sorriso de curiosidade naquele rosto angelical. 

- Oi, tudo bem com você? - Ele me perguntava, agora a feição de anjo formava algumas rugas de preocupação fingida, mas ainda assim linda, na testa. Mesmo sendo um fingimento muito ruim, por trás disso parecia que ele queria mesmo ter uma boa impressão comigo, e isso me deu forças para responder.

- Si-sim, tudo bem. Vocês tem uma casa linda. - E um morador mais lindo ainda, deu vontade de falar. 

- Obrigado. - Respondeu ele, com aquele sorriso de derreter corações novamente. - É nova por aqui? Ou apenas nova para mim e minha irmã? - Disse ele, num tom normal, sereno, mas curioso.

- Sou velha aqui, mas acabo de conhecer sua irmã. Já tinha visto ela, algumas vezes no colégio, mas por não sermos do mesmo ano, nem nos falávamos... Hoje ela me encontrou sendo engolida pelo tédio, e me tirou dele. - E como tirou, eu queria enfatizar. Poderia passar o dia todo sentada, olhando para aquele Deus, que o tédio não ousaria me assaltar. 

Hmm... - Respondeu ele, agora um pouco desinteressado. - Vou preparar alguma coisa pra comer, quer? 

Nã-não, obrigada, estou sem fome. - Foi só o que pude responder, antes de sentar e ir pra outro mundo, mentalmente, pra pensar melhor no que estava acontecendo ali.

Ele era lindo demais, lindo demais para me conhecer, para existir, para estar ali, naquele pequeno bairro da minha cidade. Eu nem sabia se ele era real, teria de tocá-lo para saber. Aquele cabelo lindo, preto, totalmente preto, parecendo uma noite perfeitamente desenhada, sem estrelas. E aqueles olhos castanhos, tão claros que pareciam sumir, unindo-se ao branco de seus olhos. E aquela pele perfeita, sem marcas, sem sinais, parecendo um pano de seda recém tirado da máquina e passado ferro. Não é uma comparação muito romântica, mas, eu nunca fui romântica mesmo... Agora, decidi comigo mesma, eu teria que tocá-lo, teria que descobrir se ele realmente era real, e eu faria isso agora. 


1 comentários:

Garotas Up disse...

Olá tudo bom ? adorei seu blog? você pode seguir o meu ? www.garotas-up.blogspot.com , por favor , eu sigo de volta ! é só avisar bjuuuuus ! :*

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